ELETROCARDIOGRAMA AUTOMATIZADO: OS LAUDOS SÃO CONFIÁVEIS?
Palavras-chave:
Eletrocardiograma, Laudo automatizado, Algoritmo de Minnesota, AcuráciaResumo
Resumo
Introdução: O eletrocardiograma (ECG), cujo aparelho foi inventado em 1901, é um exame não invasivo, de baixo custo e de fácil execução, que possibilita a identificação de diversas doenças cardíacas, como o infarto agudo do miocárdio e os distúrbios de ritmo. A maioria dos equipamentos de ECG atuais possui softwares capazes de diagnósticos automatizados utilizando algoritmos como o de Minnesota e o da Associação Americana de Cardiologia. Porém, observa-se que essas análises nem sempre conseguem identificar corretamente todas as alterações e, por isso, a conferência pelo profissional especializado não pode ser dispensada. Objetivo: Quantificar a sensibilidade, a especificidade e a acurácia de um programa de análise automatizada que utiliza o algoritmo de Minnesota, em comparação à análise realizada pelo profissional médico treinado. Material e métodos: Trata-se de estudo observacional, do tipo transversal, em que foram analisados 233 laudos de ECG de indivíduos assintomáticos, procedentes de uma Clínica de Medicina do Trabalho. Os laudos automatizados foram comparados com os laudos emitidos por médico especialista. Foram quantificados: sensibilidade, especificidade e acurácia do Algoritmo de Minnesota. A correlação entre os laudos foi quantificada através do teste de Pearson. Resultados: Não houve diferença significativa para os resultados de frequência cardíaca, intervalos (PR e QT), índice de Sokolow-Lyon, estimativa de eixos (P, QRS e T), bem como suas durações. Por outro lado, a sensibilidade, a especificidade e a
acurácia do equipamento foram, respectivamente: 66,67%, 88,46% e 83,69%. Conclusão: Houve expressiva correlação entre os dados
paramétricos dos laudos, porém a baixa sensibilidade e acurácia do laudo automatizado evidenciaram a necessidade da conferência por um avaliador clínico experiente em ECG, evitando assim o emprego de tratamentos desnecessários e potencialmente prejudiciais.
Palavras-chave: Eletrocardiograma. Laudo automatizado. Algoritmo de Minnesota. Acurácia.